Cafake: saiba como identificar o café falso

Em janeiro de 2025, o preço do café arábica atingiu um patamar histórico, alcançando R$ 50,00 o quilo ao consumidor, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café. O café arábica, uma das variedades mais consumidas no mundo, é conhecido por seu sabor suave e aroma marcante, sendo cultivado principalmente em altitudes elevadas.

Como identificar o café falso e evitar fraudes.
Em janeiro, o preço do café arábica alcançou R$ 50,00 o quilo |Foto: Reprodução/Freepik

Esse aumento de preço, impulsionado por fatores como mudanças climáticas que afetam as safras e a alta demanda global, especialmente da China, gerou uma ocorrência inesperada na indústria: o lançamento de produtos chamados “pó para bebida sabor café”.

Esses substitutos, geralmente feitos com ingredientes não convencionais, como a polpa do grão (normalmente destinado à ração animal ou fertilizantes), buscam oferecer uma opção mais acessível. No entanto, é importante compreender as diferenças entre a bebida original e esses “cafakes”.

Recomendações do Ministério da Agricultura

Segundo as diretrizes do Ministério da Agricultura, o produto legítimo deve conter, no mínimo, 99% de grãos ou pó de café. Já o “cafake”, ou “falso café”, não segue esses critérios e pode incluir polpa, outros grãos, galhos, aromatizantes e corantes para imitar o sabor e a aparência típica.

Diante do aumento nos preços, os consumidores precisam ficar atentos às embalagens. Enquanto o produto autêntico é rotulado como “café torrado e moído”, os substitutos costumam ser identificados como “pó para preparação de bebida sabor café”. Essa diferença é crucial para garantir a qualidade do que está sendo adquirido.

A situação atual do mercado reflete não apenas as flutuações econômicas, mas também os desafios ambientais enfrentados pela indústria. Com a tendência de alta nos valores, é provável surgirem mais alternativas, tornando essencial a atenção do público na hora da compra.

Preços do café arábica devem cair 30% até o final de 2025

Os preços do café arábica devem registrar uma queda de cerca de 30% até o final de 2025, segundo uma pesquisa da Reuters divulgada nesta quinta-feira, 13 fevereiro. A expectativa é que os altos preços atuais reduzam a demanda, enquanto os primeiros sinais de uma safra abundante no Brasil indicam que a oferta do grão deve aumentar no ano seguinte.

A previsão mediana para os preços do café arábica no final de 2025 é de US$ 2,95 por libra-peso (R$ 17,05), o que representa uma queda significativa de 30% em relação ao fechamento de quarta-feira e uma perda de 6% em relação ao final de 2024. De acordo com os participantes da pesquisa, a demanda deve permanecer estagnada devido aos preços elevados.

A alta dos preços foi impulsionada pela expectativa de uma safra menor de café arábica no Brasil, o maior produtor global, na temporada 2025/26. A colheita deve começar em maio de 2025, com previsão de produção de 40,55 milhões de sacas, abaixo dos 43,4 milhões da safra anterior. Contudo, alguns analistas apontam para um possível aumento na safra do Brasil na temporada seguinte (2026/27), caso as condições climáticas sejam planejadas.

Em 2024, os preços do café arábica eram um dos mercados de commodities com melhor desempenho, com uma alta de cerca de 70%. Em 11 de fevereiro deste ano, os preços atingiram o recorde de US$ 4,2995 (R$ 24,79).

A produção do Brasil deve diminuir, caindo de 66,4 milhões de sacas em 2024/25 para 64,6 milhões, com o aumento da produção de canéforas (tipos de café, como conilon e robusta, que têm grãos mais resistentes e são menos sensíveis às variações climáticas) ajudando a compensar a queda da produção de arábica.

Em relação ao café robusta, a previsão é de que os preços fechem 2025 a US$ 4.200 por tonelada métrica (R$ 24,19), 28% abaixo do fechamento de quarta-feira, com uma perda anual de 14%. A produção de robusta no Brasil deve aumentar para 24,5 milhões de sacas na safra 2025/26, frente aos 21 milhões de sacas na temporada anterior, enquanto o Vietnã, maior produtor de robusta, também deve registrar aumento na produção, chegando a 29 milhões de sacas, em comparação com 28 milhões em 2024/25.

Os participantes da pesquisa destacaram que, se as condições climáticas no Vietnã continuarem detalhadas, é possível que a produção de robusta se recupere ainda mais, impulsionada pelos investimentos feitos pelos agricultores nos últimos anos.

Leia também: Por que preço do café é o maior já registrado?

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