Hermès dá bônus de US$ 4,9 mil para funcionários após recorde de vendas

A marca de luxo Hermès anunciou que distribuirá quase R$ 590 milhões em bônus para seus 25 mil funcionários após registrar um ano de crescimento expressivo. A empresa francesa, conhecida por suas bolsas icônicas como a Birkin e a Kelly, revelou o pagamento extra é um reflexo do sucesso da empresa em 2024 totalizou R$ 85,9 bilhões, um aumento de 15% em relação ao ano anterior.

o crescimento da Hermès em 2024 foi impulsionado pela busca contínua por qualidade e pela fidelidade de seus clientes ao redor do mundo | Foto: Reprodução/Canva
O crescimento da Hermès em 2024 foi impulsionado pela busca contínua por qualidade e pela fidelidade de seus clientes ao redor do mundo | Foto: Reprodução/Canva

Fiel à promessa de dividir os lucros com seus funcionários, a Hermès confirmou que cada colaborador receberá R$ 24,6 mil (4.700 euros) como bônus. Apesar do valor expressivo, ele não é suficiente para comprar nem mesmo os produtos mais baratos da grife.

Bônus dos funcionários não compra uma bolsa Hermès

As bolsas Birkin e Kelly, as mais desejadas da marca, são vendidas em diferentes tamanhos e materiais. A Hermès é conhecida por suas bolsas de alto padrão e materiais exclusivos.

Uma simples alça para reposição das bolsas custa US$ 1.284, equivalente R$ 6,4 mil. Esse dado destaca uma realidade comum na indústria da moda de luxo: os trabalhadores que fabricam os produtos de elite muitas vezes não têm acesso ao mesmo nível de consumo. Já as bolsas Birkin, feitas em couro tradicional, têm preços que começam em R$ 108 mil (US$ 20 mil).

Por outro lado, o valor do bônus pode fazer diferença para os funcionários na França, onde a maioria dos trabalhadores da Hermès está baseada. O aluguel médio de um apartamento de um quarto no país gira em torno de R$ 5 mil (900 euros), o que significa que o bônus pode cobrir alguns meses de moradia.

Investimento em funcionários e crescimento da marca

Ao longo de 2024, a Hermès pagou um total de R$ 1,9 bilhão (350 milhões de euros) em bônus, participação nos lucros e incentivos. A empresa também reforçou seu compromisso com diversidade, equidade e inclusão (DEI), destacando que 48% dos 100 principais executivos da marca são mulheres e 7,1% dos funcionários possuem algum tipo de deficiência.

A marca também tem investido em sustentabilidade. Em comparação com 2018, reduziu suas emissões de carbono em 64%. “A natureza é uma fonte de materiais excepcionais e está no coração do nosso modelo”, afirmou Axel Dumas, presidente executivo da Hermès.

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O mercado de luxo em 2024

Apesar da desaceleração no consumo por parte da Geração Z e da menor demanda por produtos de luxo na China, a Hermès registrou crescimento em todas as regiões onde atua. Na Europa, a receita subiu 19%, enquanto no Japão o aumento foi de 23%. O Oriente Médio, que representa apenas 4% da receita global da marca, teve um crescimento impressionante de 110%.

A empresa, fundada em 1837, segue investindo para o futuro. Segundo Dumas, o crescimento da Hermès em 2024 foi impulsionado pela busca contínua por qualidade e pela fidelidade de seus clientes ao redor do mundo.

“A empresa manteve seu rumo, respeitando seus valores e investindo estrategicamente para garantir sua cadeia de suprimentos e acompanhar o crescimento a longo prazo”, afirmou o executivo.

Como funciona o mercado de luxo no Brasil?

No Brasil, o mercado de luxo segue em crescimento, impulsionado pelo aumento do número de consumidores de alta renda e pela busca por exclusividade. Marcas como Hermès, Louis Vuitton e Gucci expandiram sua presença no país, abrindo lojas em shoppings sofisticados e oferecendo atendimento personalizado.

Apesar da alta carga tributária e das flutuações cambiais, que tornam os preços dos produtos de luxo ainda mais elevados do que no exterior, o setor se mantém aquecido. Segundo especialistas, a demanda por itens exclusivos, experiências diferenciadas e serviços premium segue forte, especialmente entre clientes que veem essas aquisições como um símbolo de status e investimento.

*Esta história foi originalmente publicada na Fortune.com (c.2024 Fortune Media IP Limited) e distribuída por The New York Times Licensing Group

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