Banco privado Julius Baer corta 5% do quadro de funcionários para reduzir custos

O banco privado suíço Julius Baer anunciou nesta segunda-feira, 3 de fevereiro, que pretende cortar cerca de 400 funcionários, representando aproximadamente 5% de sua força de trabalho. A decisão faz parte de um programa de economia de custos que busca reduzir despesas gerais e com pessoal em até 110 milhões de francos suíços, equivalente a R$ 705,12 milhões, até o final de 2025.

A maior parte dos cortes ocorrerá na Suíça, onde a instituição está sediada. Além da redução no quadro de funcionários, a diretoria executiva também passará por mudanças significativas: o número de membros será reduzido de 15 para apenas cinco, em um esforço para simplificar a estrutura organizacional e aumentar a eficiência administrativa.

O setor bancário europeu segue acompanhando de perto os desdobramentos da reestruturação do Julius Baer e seus impactos no mercado financeiro global | Foto: Reprodução/Stefan Wermuth
O setor bancário europeu segue acompanhando de perto os desdobramentos da reestruturação do Julius Baer e seus impactos no mercado financeiro global | Foto: Reprodução/Stefan Wermuth

Estratégia de redução de custos

A decisão de cortar funcionários faz parte de um esforço mais amplo iniciado pelo banco em 2023 para conter gastos operacionais. O programa de reestruturação do Julius Baer tem como objetivo melhorar a rentabilidade em um cenário de incertezas econômicas e desafios regulatórios para o setor bancário europeu.

A instituição enfrenta pressão para manter sua competitividade e atender às expectativas dos investidores. A estratégia do banco inclui não apenas cortes de pessoal, mas também ajustes em sua estrutura organizacional, revisão de processos internos e adoção de novas tecnologias para otimizar operações.

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Impacto no mercado e nas ações do Julius Baer

O anúncio teve reflexos imediatos no mercado financeiro. As ações do Julius Baer sofreram uma queda de 12,6% na bolsa SIX Swiss Exchange, refletindo a preocupação dos investidores com os impactos da reestruturação na rentabilidade do banco.

Ainda que seja um impacto inicial negativo, a medida pode ser benéfica no longo prazo, tornando o banco mais eficiente e preparado para enfrentar desafios do setor financeiro global. No entanto, a instituição precisará demonstrar que a redução de custos não afetará a qualidade dos serviços prestados aos clientes.

A expectativa agora é que o banco implemente as medidas anunciadas ao longo dos próximos meses, com novos ajustes podendo ser realizados conforme necessário. O setor bancário europeu segue acompanhando de perto os desdobramentos da reestruturação do Julius Baer e seus impactos no mercado financeiro global.

Conheça a história do banco Julius Baer

O Julius Baer é um banco privado suíço com uma história que remonta ao final do século XIX. Fundado por Julius Bär, que emigrou da Alemanha para a Suíça em 1886, o banco começou como uma pequena casa de câmbio em Zurique.

Reconhecendo a importância de Zurique como centro financeiro internacional, Julius Bär estabeleceu uma filial na famosa rua Bahnhofstrasse na década de 1890. O que começou como uma pequena casa de câmbio rapidamente se transformou em uma empresa de gestão patrimonial e de negociação de títulos e divisas, atividades que são até hoje fundamentais para o grupo.

Ao longo dos anos, o Julius Baer evoluiu de um pequeno banco familiar para uma instituição financeira global, especializada em gestão de fortunas. A empresa expandiu suas operações internacionalmente, atendendo clientes em diversos países e consolidando-se como uma referência no setor de private banking.

Em termos de desempenho financeiro, o Julius Baer registrou um lucro líquido de aproximadamente 1 bilhão de francos suíços (cerca de R$ 6.410.200.000,00) em 2024, representando um aumento de 125% em relação ao ano anterior. Os ativos sob gestão também aumentaram 16%, totalizando 497 bilhões de francos suíços.

No entanto, após os desafios enfrentados, o banco tem buscado se reestruturar para manter sua posição como um dos principais bancos privados da Europa, implementando medidas para fortalecer sua base operacional e garantir a sustentabilidade financeira a longo prazo.

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