Ações da Apple caem 4,8% após empresa adiar melhorias de IA

A Apple teve uma queda de 4,85% no valor de suas ações na Bolsa de Wall Street nesta segunda-feira, 10 de março, o que preocupou o mercado financeiro. Esse recuo aconteceu depois que a empresa anunciou que vai atrasar a atualização da assistente virtual Siri, que receberia novos recursos de inteligência artificial (IA).

Durante o dia, as ações da Apple chegaram a cair mais de 5%, mostrando que os investidores reagiram de forma negativa. Isso indica que muitos contavam com essa melhoria tecnológica para deixar a empresa mais competitiva no setor.

Queda das ações da Apple após adiamento de IA na Siri
A empresa tem enfrentado quedas nas vendas de iPhones nos últimos meses |Foto: Reprodução/Getty Images

Essa queda não aconteceu por acaso. O mercado financeiro já vinha passando por um período de incertezas, e nos últimos meses investidores e especialistas demonstraram mais preocupação com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.

Esse medo aumentou depois de uma entrevista do presidente Donald Trump à Fox News. Ele disse que seu governo está fazendo mudanças para fortalecer a economia no futuro, mas reconheceu que pode haver uma desaceleração antes que esses efeitos positivos apareçam.

A incerteza econômica não afetou só a Apple, mas também os principais índices da Bolsa de Valores dos EUA, que tiveram quedas expressivas no mesmo dia. O S&P 500, que mede o desempenho geral do mercado, caiu 2,69%, fechando com 5.614,99 pontos.

O índice Nasdaq, que inclui grandes empresas de tecnologia, teve uma queda ainda maior, de 3,99%, encerrando o pregão com 17.470,21 pontos. Já o Dow Jones, que reflete o desempenho das grandes corporações, recuou 2,08%, fechando o dia em 41.911,09 pontos. Esses números mostram que os investidores estão cada vez mais preocupados com o futuro da economia americana e o impacto nas grandes empresas de tecnologia, como a Apple.

Por que a Apple adiou a atualização da Siri?

O adiamento da atualização da Siri ocorreu em um momento delicado para a Apple. A empresa vem enfrentando dificuldades com a queda nas vendas do iPhone, seu principal produto e responsável por grande parte de sua receita.

Diante desse cenário, a implementação de novos recursos de inteligência artificial na assistente virtual era vista como uma estratégia fundamental para atrair consumidores e se manter competitiva no mercado. Empresas como Google e Microsoft já estão à frente na incorporação de inteligência artificial em seus serviços, o que coloca a Apple sob pressão para acompanhar essa tendência.

Em setembro de 2024, a Apple apresentou sua nova linha de iPhones e destacou a inteligência artificial como um dos pilares centrais da inovação para os dispositivos. A empresa anunciou um pacote de novos recursos chamado “Apple Intelligence”, que incluía melhorias na Siri, ferramentas avançadas para edição de fotos e aprimoramentos na geração de textos. Essas funções foram desenvolvidas para tornar a experiência do usuário mais intuitiva e eficiente, permitindo respostas mais precisas e personalizadas da assistente virtual.

Entretanto, o adiamento da atualização da Siri gerou apreensão entre analistas e investidores. Esse atraso pode ser um indício de que a Apple está enfrentando desafios técnicos para implementar as novas funcionalidades de IA de maneira eficaz.

Também há a possibilidade de que a empresa tenha optado por adiar o lançamento para evitar possíveis falhas ou críticas negativas, que poderiam prejudicar ainda mais sua reputação e seu desempenho no mercado financeiro.

Essa decisão pode afetar a competitividade da Apple em relação a outras gigantes do setor, que já estão investindo fortemente na evolução de suas assistentes virtuais e sistemas baseados em IA. Caso a empresa demore muito para lançar uma Siri mais avançada, há o risco de que seus produtos percam apelo para os consumidores. Isso pode impactar diretamente suas vendas futuras e, consequentemente, seu valor de mercado.

O que esperar da economia dos EUA?

A situação econômica dos Estados Unidos tem sido um fator determinante para o desempenho do mercado financeiro. A possibilidade de uma recessão tem sido amplamente discutida entre economistas e investidores.

Na entrevista à Fox News, Donald Trump evitou afirmar categoricamente que o país entrará em recessão, mas admitiu que os EUA estão passando por um período de mudanças econômicas. Segundo ele, essas mudanças têm o objetivo de fortalecer a economia no longo prazo, mas podem resultar em um período de desaceleração antes que os efeitos positivos sejam sentidos.

Durante a entrevista, Trump também fez uma comparação entre as estratégias econômicas dos Estados Unidos e da China. Segundo ele, os americanos costumam planejar o futuro em ciclos de curto prazo, enquanto os chineses adotam estratégias de longo prazo. Essa diferença de abordagem, segundo o ex-presidente, exige que os EUA invistam na construção de uma base econômica mais sólida, mesmo que isso traga desafios imediatos.

Os investidores estão atentos a esses sinais e às possíveis consequências dessas mudanças. Caso a economia americana desacelere de forma mais acentuada, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) pode ser obrigado a alterar sua política monetária. Isso poderia afetar as taxas de juros e a quantidade de dinheiro em circulação no mercado, impactando diretamente empresas e investidores. Além disso, a instabilidade política e econômica continua sendo um fator importante para os próximos meses, gerando incertezas sobre o futuro do mercado financeiro global.

Leia também: Acionistas da Apple votam para manter políticas de diversidade da empresa

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