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BYD supera a Tesla com vendas anuais de mais de US$ 100 bilhões

O mercado global de veículos elétricos passou por uma grande transformação em 2024, no qual a fabricante chinesa BYD ultrapassou a Tesla em vendas e faturamento. O documento divulgado na segunda-feira, 24 de março, pela gigante chinesa de veículos elétricos BYD, relatou um aumento de 29% nas vendas em relação ao ano anterior.

Esse marco representa um momento crucial para o setor automotivo, destacando não apenas o avanço da China no segmento de mobilidade elétrica, mas também os desafios que a Tesla enfrenta para manter sua posição de liderança. A seguir, exploramos detalhadamente o impacto dessa mudança no mercado e os fatores que impulsionaram a ascensão da BYD.

Faturamento e vendas

A BYD encerrou 2024 com um faturamento impressionante de 777 bilhões de yuans, US$ 100 bilhões (R$ 609,83 bilhões). Esse crescimento foi impulsionado por um aumento de 29% nas entregas, totalizando 4,27 milhões de veículos vendidos ao longo do ano. O desempenho da empresa chinesa superou a Tesla, que registrou um faturamento de R$ 555,41 bilhões e vendeu 1,79 milhão de unidades no mesmo período.

Carros elétricos da BYD em linha de produção
A China é o maior mercado automotivo do mundo, a BYD domina 32% do setor, a Tesla possui apenas 6,1% de participação |Foto: Divulgação/BYD

O número de veículos entregues é um dos principais indicadores do sucesso de uma montadora, e a BYD conseguiu um desempenho quase 2,5 vezes maior do que sua principal concorrente. Enquanto a empresa chinesa demonstrou um crescimento contínuo, a Tesla enfrentou sua primeira queda anual nas entregas, com um recuo de 1,1% em relação ao ano anterior. Essa redução pode ser atribuída a desafios logísticos, menor demanda em alguns mercados e dificuldades para expandir sua produção global.

Investimentos em inovação tecnológica

A BYD não se destaca apenas pelo volume de vendas, mas pelos avanços tecnológicos. A empresa lançou um sistema de carregamento ultrarrápido que adiciona 250 milhas (aproximadamente 402 quilômetros) de autonomia ao veículo em apenas cinco minutos. Esse avanço supera os Superchargers da Tesla, que levam 15 minutos para fornecer 200 milhas. Essa inovação pode ser um diferencial competitivo importante, pois reduz significativamente o tempo necessário para reabastecer um carro elétrico, eliminando uma das principais barreiras à adoção desses veículos.

A BYD lançou um novo sistema de assistência ao motorista chamado “Olho de Deus”. O recurso está disponível de graça na maioria dos carros da marca, o que a diferencia da Tesla. A montadora americana cobra R$ 563,31 por mês ou R$ 45.520,00 em pagamento único pelo seu sistema Full Self-Driving (FSD), uma tecnologia avançada de direção semiautônoma que permite ao veículo realizar tarefas como mudar de faixa, estacionar sozinho e parar em sinais de trânsito, embora ainda exija a supervisão do motorista. Essa diferença de estratégia pode fazer a Tesla repensar seus preços, especialmente na China, onde os consumidores dão muita importância ao custo-benefício.

Desafios da Tesla no mercado chinês e europeu

A China é o maior mercado automotivo do mundo e desempenha um papel crucial no crescimento das montadoras. A BYD domina o setor de veículos de nova energia no país, detendo 32% desse mercado. Enquanto isso, a Tesla possui apenas 6,1% de participação, apesar de ter registrado um recorde de remessas para a região. Essa diferença de participação no mercado evidencia as dificuldades que a montadora de Elon Musk enfrenta para competir diretamente com as fabricantes chinesas.

Um dos principais desafios para a Tesla na China é a regulamentação. A empresa tentou expandir o uso do seu sistema de direção autônoma FSD no país, oferecendo testes gratuitos para os consumidores. No entanto, as autoridades chinesas interromperam os testes pouco depois do lançamento, exigindo novas aprovações regulatórias. Esse cenário mostra como a Tesla ainda precisa lidar com barreiras burocráticas e adaptação às exigências locais para conseguir consolidar sua presença no país.

Na Europa, a Tesla também tem enfrentado dificuldades. Em fevereiro de 2024, as vendas da empresa no continente registraram uma queda de 40% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse foi o segundo mês consecutivo de retração nas vendas europeias, sinalizando uma perda de espaço no mercado. Fatores como concorrência com montadoras locais, incentivos governamentais para fabricantes europeias e mudanças nas preferências dos consumidores podem estar contribuindo para esse cenário desafiador.

O futuro da disputa entre BYD e Tesla

A rivalidade entre BYD e Tesla reflete um momento de transformação no mercado de veículos elétricos. De um lado, a Tesla ainda é uma referência em inovação e possui um forte apelo global. No entanto, os desafios enfrentados na China e na Europa mostram que sua posição de liderança não está garantida.

Por outro lado, a BYD demonstra um crescimento acelerado, impulsionado por sua capacidade de oferecer preços mais competitivos, investir em novas tecnologias e atender às demandas locais de forma mais eficiente. O fato de a empresa fornecer um sistema avançado de assistência ao motorista gratuitamente e lançar carregadores ultrarrápidos reforça sua estratégia de atrair consumidores e ganhar espaço no mercado internacional.

Com a crescente concorrência no setor, a Tesla precisará revisar suas estratégias para evitar uma perda ainda maior de participação de mercado. Possíveis medidas incluem ajustes nos preços dos seus serviços, aumento na capacidade de produção e fortalecimento de sua presença em mercados emergentes.

Enquanto isso, a BYD segue consolidando sua posição como uma das principais fabricantes de veículos elétricos do mundo. Se continuar nesse ritmo de crescimento e inovação, poderá se tornar a referência global no setor, desafiando a Tesla e outras concorrentes nos próximos anos.

A disputa entre essas duas gigantes evidencia o dinamismo do mercado de veículos elétricos e como a inovação e adaptação às demandas locais são essenciais para o sucesso a longo prazo. Seja com novas tecnologias ou mudanças estratégicas, o futuro da mobilidade elétrica será moldado por essa intensa competição.

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