Descubra como os FIDCs combinam alta rentabilidade e segurança, uma opção atraente para a diversificação de portfólios
Atualmente, o Ibovespa faz um panorama do desempenho das principais ações da B3, assim como o IFIX revela a rentabilidade média dos fundos imobiliários. Porém, um dos investimentos mais rentáveis dos últimos anos, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que até então eram destinados apenas para investidores institucionais e qualificados, agora permite o acesso de investidores pessoa física com a mudança na norma da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas não havia um índice para mensurar esse desempenho.
“Nosso departamento de Inteligência de Dados, que já havia criado o Índice Multiplike de Devedores (IMD) para analisar a inadimplência dos fundos de direitos creditórios, desenvolveu o Índice Multiplike de Rentabilidade dos FIDCs (IMRF), que analisará mensalmente as cotas Sênior dos 16 maiores FIDCs da categoria fomento mercantil, que são multicedente/multissacado (fundo com múltiplos originadores e devedores), e juntos somam R$ 15 bilhões, cerca de 32% de todo o mercado”, explica Volnei Eyng, CEO da Multiplike, uma das maiores gestoras desse segmento, com mais de R$ 30 bilhões em crédito cedido.
Dados dos FIDCs
É importante ressaltar que há um atraso nos dados, pois é necessário esperar que os FIDCs enviem as informações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para posterior compilação. Em agosto, o IMRF apresentou uma rentabilidade de 1,12%, equivalente a 129,4% do CDI, enquanto o IBOVESPA valorizou 6,54%, o IFIX subiu 0,86%, o CDI rendeu 0,87% e a poupança, 0,58%.
Em 2024, até o momento, a rentabilidade do IMRF chegou a 9%, enquanto o CDI foi de 6,88%, o IBOVESPA teve 1,80%, a poupança 4,48% e o IFIX 2,48%. Nos últimos 12 meses, o IMRF apresentou uma rentabilidade de 13,81%, comparada a 10,66% do CDI, 6,85% da poupança e 5,61% do IFIX. Ficou atrás apenas do IBOVESPA que valorizou 17,49%.
“Esse número não nos surpreende. Os FIDCs foram, em vários meses, os melhores investimentos do país, mas não havia um índice oficial que mostrasse isso de forma clara”, diz Eyng. Vale ressaltar que a inadimplência no último mês se manteve praticamente estável, com 10,82% da carteira de FIDCs vencida. Mesmo assim, a rentabilidade dos investidores não foi prejudicada.
“Esse mercado deve crescer várias vezes nos próximos cinco anos, assim como aconteceu com os fundos imobiliários. Quem estiver bem posicionado, tanto em resultados consistentes quanto em comunicação, vai aproveitar essa onda”, comenta Eyng.
Segurança dos Investimentos
Peterson Rizzo, especialista em investimentos da Multiplike, aponta que vários fatores ajudam a mitigar o risco de inadimplência nos FIDCs, oferecendo maior segurança aos investidores.
“É fundamental entender esses fatores que reduzem o risco e aumentam a confiança do investidor. Um dos principais mecanismos é a subordinação das cotas dos FIDCs. Nessa estrutura, temos a cota júnior, geralmente pertencente aos controladores, e a cota subordinada mezanino. Essas cotas absorvem as primeiras perdas, protegendo o cotista sênior”, explica Rizzo.
Ele também destaca que a pulverização dos cedentes e sacados é essencial. Isso significa que os créditos são distribuídos entre diversos cedentes e devedores, o que diminui a dependência de um único cedente e, consequentemente, reduz o risco de concentração.
Diversificação
Outro ponto importante mencionado por Rizzo é a diversificação em setores econômicos e regiões do país. Ao espalhar os investimentos por diferentes segmentos e áreas geográficas, os FIDCs conseguem minimizar os impactos negativos de eventos específicos que possam afetar um setor ou uma região em particular.
Outro aspecto é o crédito estruturado, em que a análise e a gestão dos créditos são feitas de maneira rigorosa e detalhada, garantindo que apenas créditos de alta qualidade façam parte do fundo.
“Além disso, a presença de vários agentes, como o gestor, administrador, agência de classificação de risco e consultorias especializadas, que originam e cobram os títulos inadimplentes, oferece uma camada extra de supervisão e gerenciamento de riscos, o que aumenta ainda mais a segurança do investimento”, complementa Rizzo.
Vale destacar que, apesar de comparações com o IFIX e o IBOVESPA, que medem o desempenho de ativos de renda variável, o IMRF avalia a rentabilidade média dos FIDCs da categoria fomento mercantil, que são ativos de renda fixa, com menor volatilidade, tanto para baixo quanto para cima.
“Os grandes Family Offices, que gerenciam as maiores fortunas do país, já investem nesse mercado, o que demonstra sua relevância. Agora, nossa missão é tornar esse produto mais acessível a investidores menores, que muitas vezes nem conhecem esse tipo de investimento. O IMRF chega justamente para ser um dos pilares de informação sobre esse mercado”, conclui Eyng.