Zoom revisa projeções para 2025 e amplia recompra de ações

A Zoom Video Communications, uma das principais empresas de videoconferência do mundo, anunciou nesta segunda-feira (23) uma atualização nas suas projeções financeiras para o ano fiscal de 2025, refletindo um desempenho positivo impulsionado pela crescente demanda por seu software de videoconferência.

A empresa, que vem se beneficiando de tendências como o aumento do trabalho híbrido, ajustou suas expectativas de receita e lucro, revisando para cima tanto a previsão de faturamento quanto a de lucro ajustado por ação.

Zoom amplia recompra de ações e revisa projeções para 2025.
Zoom amplia recompra de ações e revisa projeções para 2025 |Foto: Reprodução/Shutterstock

Além disso, a Zoom anunciou uma expansão no seu programa de recompra de ações, adicionando mais US$ 1,2 bilhão ao plano de recompra, o que demonstra o compromisso da empresa em valorizar seus acionistas.

A previsão de receita para o ano fiscal de 2025 foi ajustada para uma faixa entre US$ 4,65 bilhões e US$ 4,66 bilhões, superando a expectativa anterior de US$ 4,63 bilhões a US$ 4,64 bilhões. Essa revisão reflete o crescimento contínuo da empresa, especialmente em sua base de clientes corporativos.

O lucro ajustado por ação também foi revisado para cima, com a nova estimativa variando entre US$ 5,41 e US$ 5,43, o que representa um aumento em relação à previsão anterior de US$ 5,29 a US$ 5,32. Esses números indicam não apenas o sucesso da Zoom na atração de novos clientes, mas também a eficiência da empresa em gerar lucro à medida que expande seus negócios.

A principal razão para o desempenho financeiro positivo é a crescente adoção de seus serviços por clientes corporativos, que estão cada vez mais adotando modelos de trabalho híbridos. A integração de novas tecnologias, como ferramentas de inteligência artificial, também tem contribuído para esse crescimento, tornando os serviços da Zoom essenciais para as operações de muitas empresas.

No terceiro trimestre, a receita proveniente de clientes empresariais cresceu 6%, representando agora 59% do total da receita da empresa, o que é um reflexo claro da transformação na base de clientes da Zoom.

A diretora financeira da empresa, Michelle Chang, destacou esse movimento como um marco importante para a Zoom, reforçando a transição para um modelo de negócios mais centrado no mercado corporativo.

No trimestre que terminou em 31 de outubro, a Zoom reportou uma receita de US$ 1,18 bilhão, superando as estimativas de US$ 1,16 bilhão. O lucro ajustado por ação foi de US$ 1,38, também acima das expectativas de US$ 1,31.

Esses números indicam que a Zoom continua a ser uma líder de mercado, com sua plataforma de videoconferência atendendo a uma demanda crescente e se destacando pela sua capacidade de gerar resultados financeiros sólidos.

No entanto, apesar dos bons números financeiros, as ações da Zoom caíram cerca de 3% no pós-mercado, após terem subido 3,5% durante o pregão regular. De acordo com Michael Ashley Schulman, diretor de investimentos da Running Point Capital, a queda pode ser atribuída ao comportamento dos traders, que aproveitaram o movimento de alta nas ações para realizar lucros, especialmente em uma semana de negócios mais curta devido ao feriado de Ação de Graças.

A Zoom também enfrenta uma forte concorrência de outros players do mercado, como o Microsoft Teams e o Cisco Webex, que estão se esforçando para atrair empresas que buscam soluções de videoconferência.

Apesar disso, a Zoom continua investindo pesadamente em inovação, expandindo seu portfólio de produtos e serviços, com o objetivo de se manter relevante no mercado e continuar atendendo às necessidades de seus clientes corporativos.

A empresa está ciente da necessidade de se adaptar rapidamente às mudanças no mercado, e isso inclui a constante adição de novas funcionalidades e a melhoria de sua infraestrutura para garantir uma experiência superior para seus usuários.

Por que o Brasil foi escolhido pela Zoom?

Essa decisão já fazia parte da estratégia de expansão internacional da empresa. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a receber um data center da Zoom, o que demonstra a prioridade dada ao mercado brasileiro.

Enquanto muitas empresas americanas optam por começar suas operações na região a partir do México, acreditamos que depender de uma única base torna mais lento o crescimento do negócio. Para escalar rapidamente, é essencial contar com equipes locais que compreendam a cultura e as necessidades dos clientes.

Além disso, o Brasil é um país continental, com grandes empresas espalhadas por todas as regiões. O mercado brasileiro também se destaca pela rápida adoção de novas tecnologias, o que reforça seu potencial estratégico para a Zoom.

A empresa cresceu 354% em 2020 durante a pandemia

A Zoom Video Communications teve um crescimento notável no primeiro trimestre de 2020, com um aumento significativo tanto no número de usuários quanto no faturamento, impulsionado pela alta demanda por videoconferências durante a pandemia de coronavírus.

A empresa reportou um crescimento de 169% nas vendas, alcançando US$ 328,2 milhões. Além disso, o número de clientes que pagam mais de US$ 100 mil por ano pela plataforma cresceu 90% em comparação com o mesmo período de 2019.

No total, a Zoom agora fornece seus serviços a aproximadamente 265.400 empresas com mais de 10 funcionários, um aumento impressionante de 354% em relação ao ano anterior.

Esse crescimento ocorreu durante um período de grande impacto da pandemia, quando muitas empresas adotaram o trabalho remoto e buscaram soluções de videoconferência para manter suas operações.

Como resultado, a Zoom ampliou suas previsões de receita para o ano fiscal, estimando um faturamento entre US$ 1,77 bilhão e US$ 1,8 bilhão, levando em conta a contínua demanda por soluções de trabalho remoto.

Embora a Zoom tenha se beneficiado do aumento no uso de suas ferramentas durante a pandemia, o rápido crescimento gerou preocupações em relação à privacidade e à segurança da plataforma.

Especialistas apontaram diversas vulnerabilidades, incluindo falhas no código do software e deficiências na criptografia utilizada para proteger as comunicações entre os usuários. Esses problemas de segurança se tornaram um tema importante à medida que o número de usuários da plataforma continuava a crescer exponencialmente.

Sobre a Zoom

Criada em 2011, a americana Zoom Video Communications estava focada no Zoom, sua ferramenta de videoconferência voltada para empresas. No entanto, tudo mudou em março de 2020, quando a pandemia impactou o mundo.

Desde então, o Zoom se tornou uma das plataformas de comunicação mais populares durante o período de isolamento social. A ferramenta passou a ser usada para diversos fins, como encontros entre amigos, aulas e até celebrações de casamento.

No primeiro ano da pandemia, as ações da empresa valorizaram quase 300%. Em um curto período, o número de usuários diários da plataforma disparou, passando de 10 milhões para 300 milhões.

Aproveitando o crescimento, a empresa decidiu expandir sua atuação na América Latina. Em agosto de 2020, inaugurou uma unidade no Brasil, seguida por escritórios no México, na Argentina e na Colômbia.

Atualmente, a operação brasileira da Zoom é enxuta, contando com uma equipe de 20 funcionários que trabalham remotamente.

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