Descubra como robôs estão moldando o mercado

Como startups e big techs querem tornar robôs o maior produto de todos os tempos?

A 1X Robotics, uma startup norueguesa, já está oferecendo para venda o seu robô doméstico chamado Neo Beta, que está trazendo o futuro dos filmes de ficção científica para o nosso dia a dia. O lançamento ocorreu no Slush 2024, um dos mais importantes eventos de tecnologia do mundo, realizado em Helsinque, na Finlândia.

Robôs humanoides avançados revolucionando tarefas cotidianas e industriais com inteligência artificial.
Robôs revolucionam tarefas domésticas e industriais com IA generativa. Conheça inovações como Neo Beta e Optimus e seu impacto |Foto: Reprodução/Divulgação

Durante o evento, Bernt Øyvind Børnich, CEO da empresa, destacou o papel inovador que a integração da inteligência artificial (IA) generativa pode ter na revolução tanto das tarefas domésticas quanto das industriais, criando novas possibilidades para as interações com máquinas.

O Neo Beta foi desenvolvido para ser um assistente doméstico e se destaca por sua capacidade de interação com seres humanos. A principal inovação do robô é a sua capacidade de se mover de forma fluida e realizar uma série de tarefas de maneira eficiente. Mas o mais impressionante é a habilidade de aprender de forma contínua.

O Neo Beta tem a capacidade de compartilhar informações com outros robôs, criando um tipo de rede coletiva de aprendizado. Isso ocorre por meio de uma tecnologia conhecida como aprendizado federado, que conecta todas as unidades de robôs, permitindo que a inteligência de cada uma delas se fortaleça e se aprimore com o tempo.

Entre as funções do Neo Beta, estão a limpeza, organização de espaços e o transporte de pequenos objetos dentro da casa. O robô também é capaz de reconhecer comandos de voz, o que permite que os usuários se comuniquem com ele de maneira natural, como fariam com uma pessoa.

Além disso, ele tem a capacidade de identificar expressões faciais, o que significa que ele pode adaptar seu comportamento de acordo com o estado de espírito e as necessidades do usuário. O Neo Beta se ajusta a diferentes ambientes, o que o torna extremamente versátil.

Outro ponto importante é sua mecânica avançada, que foi projetada para garantir a segurança. Isso é crucial, pois o robô pode interagir com crianças e outras pessoas sem causar danos acidentais, já que sua força e movimentos foram calibrados para evitar qualquer tipo de risco.

Essas inovações estão sendo impulsionadas principalmente pela IA generativa, uma tecnologia que tem o poder de criar comportamentos inéditos a partir da análise de grandes volumes de dados. Isso permite que os robôs aprendam em tempo real e, assim, humanizem suas interações.

Ao contrário dos robôs convencionais, que operam apenas dentro de um conjunto de regras predefinidas, a IA generativa proporciona um nível de flexibilidade e adaptação que torna as interações mais naturais e fluidas.

O papel da Tesla

A Tesla, uma das empresas mais inovadoras do mundo, está explorando essa mesma tecnologia em seu robô humanoide chamado Optimus. No evento “We, Robot”, em 2024, o Optimus surpreendeu o público ao interagir socialmente com os convidados.

O robô foi programado para desempenhar diferentes papéis, como bartender e jogador de mímica, proporcionando uma experiência inédita para os presentes. Embora algumas dessas demonstrações tenham sido controladas remotamente, o evento mostrou claramente o potencial de autonomia desses robôs humanoides.

Após o evento, a Tesla divulgou um vídeo impressionante do Optimus, mostrando-o pegando bolas de tênis com uma precisão incrível. Essa habilidade foi possível devido à nova mão robótica do Optimus, que imita o funcionamento dos tendões humanos, permitindo uma manipulação extremamente precisa e eficiente de objetos.

Outras big techs também fortalecem o mercado

Diversas outras empresas também estão investindo na produção de robôs humanoides e na criação de unidades que podem ser produzidas em grande escala. A Agility Robotics, por exemplo, criou o robô Digit e inaugurou a Robofab, a primeira fábrica do mundo dedicada exclusivamente à produção de robôs humanoides.

A Robofab tem a capacidade de produzir até 10 mil unidades por ano, e já está trabalhando em parceria com a Amazon para testar o Digit em tarefas como organização de depósitos e movimentação de cargas leves.

Outra empresa de destaque é a Figure AI, que recebeu um investimento de US$ 675 milhões de gigantes da tecnologia, como Microsoft e Nvidia. O robô Figure 02, desenvolvido pela empresa, já é utilizado em tarefas como dobrar roupas e em linhas de montagem da BMW.

No entanto, assim como outros humanoides, o Figure 02 ainda depende parcialmente de controle remoto para algumas atividades, o que evidencia os desafios da autonomia total. A Apptronik, por sua vez, está desenvolvendo o Apollo, um robô projetado para realizar tarefas repetitivas e fisicamente exigentes. Ele está sendo testado em fábricas da Mercedes-Benz, onde substitui atividades manuais cansativas por operações mais eficientes, sem os limites de cansaço e esforço físico humano.

Sobre a utilização de robôs humanoides

O uso de robôs humanoides, apesar de ser uma realidade emergente, ainda está predominantemente concentrado no setor industrial. No entanto, o potencial para esses robôs ir além das fábricas e se integrar a outros setores é imenso.

No campo da logística, por exemplo, empresas como a Amazon já estão utilizando robôs humanoides em funções críticas. Com o tempo, esses robôs poderão ser utilizados em toda a cadeia do e-commerce, desde a organização de armazéns até a entrega de produtos.

A ideia de ter robôs realizando tarefas repetitivas, como transportar pacotes e organizar estoques, pode aumentar a eficiência e reduzir o custo de operação.

Além disso, há uma enorme expectativa em relação ao uso de robôs humanoides para assistências em áreas como cuidados com idosos, educação e até mesmo para ajudar nas tarefas domésticas. Imagine um robô que não só limpa sua casa, mas também aprende suas preferências e ajusta suas atividades para tornar sua rotina mais fácil e agradável. Isso pode não ser mais um sonho distante, mas sim uma possibilidade muito próxima de se tornar realidade.

O posicionamento de Musk

Elon Musk, um dos mais notáveis empreendedores do mundo, tem uma visão ousada para o futuro da robótica. Ele prevê que até 2040, existam cerca de 10 bilhões de robôs humanoides no mundo, destacando o impacto transformador que esses robôs terão na sociedade.

Para Musk, a revolução dos robôs humanoides pode ser tão significativa quanto a invenção do carro ou do computador, pois eles poderiam se tornar “o maior produto de todos os tempos”, moldando a maneira como vivemos e trabalhamos.

Os desafios que o mercado apresenta

Apesar das promessas dessa revolução tecnológica, existem desafios importantes que ainda precisam ser enfrentados. A integração de robôs humanoides no cotidiano das pessoas e nas empresas depende de avanços significativos, tanto na inteligência artificial quanto na mecânica dos próprios robôs.

Para que os robôs possam operar de maneira totalmente autônoma, sem a necessidade de supervisão constante, será necessário um progresso substancial na programação e na capacidade de aprendizado dessas máquinas.

Além disso, surgem questões éticas e de segurança. A privacidade e o impacto da automação no mercado de trabalho estão entre os principais pontos de debate. Como garantir que os robôs sejam usados de maneira segura e responsável, sem colocar em risco os empregos humanos ou a privacidade das pessoas? Essas questões ainda não têm respostas definitivas, mas são fundamentais para determinar o ritmo e a forma como essa tecnologia será implementada.

Projeções

O mercado de robôs humanoides está em expansão e promete crescer a passos largos. Estima-se que o valor desse mercado possa atingir US$ 38 bilhões até 2035. A China, por exemplo, planeja começar a produção em massa de robôs humanoides em 2025, o que indica que o país está se preparando para se tornar um líder global no setor de robótica. Com o avanço contínuo da tecnologia, o futuro dos robôs humanoides parece promissor, mas também exige cautela e reflexão sobre os impactos que terão em nossas vidas.

Essa revolução tecnológica está mudando a forma como interagimos com as máquinas. Os robôs humanoides não são mais apenas ferramentas para realizar tarefas simples, mas estão começando a interagir de maneira mais próxima e inteligente com os seres humanos.

Eles têm o potencial de transformar muitos aspectos de nossas vidas, desde o trabalho até as tarefas diárias em casa. Como destaca Karen Xu, analista de tendências tecnológicas, “Estamos entrando em uma nova era, onde humanos e máquinas colaborarão como nunca antes”. Esta era trará consigo desafios, mas também enormes promessas de transformação para a sociedade como um todo. O futuro, sem dúvida, será moldado pela colaboração entre seres humanos e robôs inteligentes.

Leia também: Musk expande disputa legal contra OpenAI e Microsoft

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