Preços de eletrônicos caem 3,6% em 2024, mas alta do dólar preocupa

Apesar da pressão cambial, os preços de eletroeletrônicos no Brasil apresentaram uma queda média de 3,6% em 2024, segundo o Índice de Preços Fipe/Buscapé divulgado recentemente. O levantamento trouxe alívio para consumidores, mas especialistas alertam que o cenário pode mudar ainda no primeiro semestre de 2025 devido à valorização do dólar.

A queda nos preços de eletrônicos em 2024 foi um alívio em meio ao cenário de inflação alta e valorização do dólar | Foto: Reprodução/Canva
A queda nos preços de eletrônicos em 2024 foi um alívio em meio ao cenário de inflação alta e valorização do dólar | Foto: Reprodução/Canva

Queda dos preços e principais destaques

O índice revelou que os produtos com as maiores quedas de preços no ano passado foram celulares (-5,4%), eletroportáteis (-4,3%) e equipamentos de vídeo e áudio (-5,1%). Esses itens têm grande relevância no consumo doméstico e costumam ser sensíveis às oscilações cambiais por dependerem, em grande parte, de componentes importados.

A pesquisa também mostrou que o comportamento sazonal influenciou os resultados de dezembro. Durante a Black Friday e o Natal, houve um movimento compensatório no mercado, quando os preços voltaram a subir em comparação aos meses anteriores.

Dólar em alta: um desafio para 2025

Embora a redução de preços tenha sido uma boa notícia para os consumidores em 2024, o dólar, que acumulou valorização de 23,7% no mesmo período, pode mudar essa dinâmica em 2025. Atualmente cotado a R$ 6,18, o câmbio é um dos principais fatores que afetam o custo de produção e a precificação de produtos eletrônicos no Brasil.

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De acordo com Sérgio Crispim, pesquisador da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a influência do câmbio tem diminuído o ritmo de queda dos preços no setor. “O que observamos no setor, globalmente e no Brasil, é uma queda contínua nos preços, mas a taxa de queda anual do índice tem diminuído significativamente ao longo de 2024 devido à influência do câmbio. Se essa tendência continuar, existe a possibilidade de a variação anual ficar positiva ainda no primeiro semestre de 2025”, destaca Crispim.

Isso significa que, mesmo com promoções e a tendência histórica de queda nos preços dos eletrônicos, o custo pode voltar a subir em breve.

Por que os preços caíram em 2024?

A redução nos preços de eletroeletrônicos em 2024 está relacionada a uma série de fatores:

  1. Concorrência no mercado de e-commerce: com o aumento da oferta de marketplaces e lojas virtuais, as empresas investiram em estratégias de preço competitivo para atrair consumidores.
  2. Eficiência na cadeia de produção: melhorias no processo de fabricação, incluindo maior automação, ajudaram a reduzir custos.
  3. Demanda moderada: apesar do crescimento das vendas online, a pressão inflacionária em outros setores reduziu o poder de compra de muitos consumidores, o que ajudou a conter os preços.

O impacto do câmbio em 2025

A alta do dólar tem um impacto direto no preço dos eletrônicos no Brasil, já que muitos componentes utilizados na fabricação desses produtos são importados. O aumento do câmbio encarece a importação, elevando o custo final para o consumidor.

Além disso, a valorização do dólar pode impactar outros setores da economia, como transporte e logística, que também influenciam o preço de produtos vendidos no varejo.

Se o dólar continuar a subir, como previsto por analistas, a tendência é de que as quedas de preços observadas em 2024 sejam revertidas. Para o consumidor, isso significa que o melhor momento para comprar eletrônicos pode ser agora, antes que os preços voltem a subir.

O que esperar para o setor de eletrônicos?

Para 2025, especialistas preveem um cenário de maior volatilidade. O aumento da Selic, combinado com a pressão cambial, pode reduzir o consumo interno, afetando diretamente o mercado de eletrônicos. No entanto, a expectativa de avanços tecnológicos e o lançamento de novos produtos também podem estimular a demanda.

Consumidores devem ficar atentos a promoções sazonais, como as tradicionais campanhas de liquidação no início do ano, e avaliar bem as condições de compra, como parcelamentos sem juros, que podem suavizar o impacto de possíveis aumentos nos preços.

A queda nos preços de eletrônicos em 2024 foi um alívio em meio ao cenário de inflação alta e valorização do dólar. No entanto, os desafios impostos pelo câmbio indicam que essa tendência pode não se sustentar em 2025.

Se você planeja adquirir produtos como celulares, eletroportáteis ou equipamentos de áudio e vídeo, o momento pode ser agora. Acompanhar as flutuações do mercado e aproveitar promoções sazonais são estratégias fundamentais para economizar em um cenário econômico incerto.

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