Musk lança nova IA que será “a mais inteligente do mundo”

Elon Musk, fundador da xAI (startup de inteligência artificial) e proprietário da Tesla (empresa automotiva e de armazenamento de energia), revelou que a terceira geração de seu chatbot de inteligência artificial (IA), o Grok 3, será apresentada ao público com uma transmissão ao vivo nesta segunda-feira, 17 de fevereiro. A exibição ocorrerá na plataforma X, rede social sob seu comando.

Em sua publicação, Musk garantiu que o Grok 3 será o “mais inteligente do mundo” e destacou que o sistema está em fase final de desenvolvimento. Na semana passada, o bilionário já havia sinalizado que o lançamento ocorreria em uma ou duas semanas.

Elon Musk apresenta nova IA Grok 3 ao público.
O anuncio surge poucos dias após a tentativa de Musk de comprar a OpenIA, dona do chatgpt |Foto: Reprodução/Getty Images

A corrida no mercado de IA está esquentando. Enquanto Musk se prepara para revelar o Grok 3, a gigante chinesa Baidu anunciou que oferecerá seu chatbot, o Ernie Bot, gratuitamente para usuários de computadores e dispositivos móveis.

Esses lançamentos marcam mais um capítulo da disputa global pelo domínio da inteligência artificial, evidenciando a crescente rivalidade tecnológica entre oriente e ocidente.

Oferta frustrada de adquirir a OpenAI

Musk e um consórcio de investidores apresentaram, na última segunda-feira, 10 de fevereiro, uma proposta de US$ 97,4 bilhões (aproximadamente R$ 562,2 bilhões) para adquirir a organização sem fins lucrativos que administra a OpenAI.

A oferta de Musk visava impedir que a OpenAI finalizasse sua transição para um modelo com fins lucrativos, ponto de atrito entre ele e o CEO Sam Altman. Cofundador da OpenAI em 2015, Musk buscava retomar o controle da organização para manter o foco em desenvolver inteligência artificial (IA) em benefício da humanidade.

Originalmente sem fins lucrativos, a OpenAI passou a adotar um modelo lucrativo nos últimos anos, decisão defendida por Altman como essencial para captar investimentos e impulsionar a inovação. Essa mudança, no entanto, gerou críticas de Musk, que acusa a OpenAI de se distanciar de seu propósito original de ser aberta, segura e acessível.

Musk, que deixou a OpenAI antes de seu sucesso global, intensificou sua rivalidade com a organização após fundar sua própria empresa de IA, a xAI, competindo diretamente com a OpenAI.

As críticas de Musk

Elon Musk tem criticado publicamente a nova direção da OpenAI, acusando-a de priorizar o lucro em vez do desenvolvimento de IA voltado ao bem comum. Sua oferta de US$ 97,4 bilhões (aprox. R$ 562,5 bilhões) é interpretada como uma tentativa de retomar influência e frear o que ele considera um desvio dos objetivos fundadores da organização.

Sam Altman, CEO da OpenAI, respondeu à proposta com firmeza e ironia. Em uma publicação no X (antigo Twitter), comentou: “Não, obrigado, mas podemos comprar o Twitter por US$ 9,74 bilhões (cerca de R$ 56,2 bilhões), se quiser”.

A resposta de Altman ilustra a tensão crescente entre os dois, alimentada pela rivalidade que se intensificou após Musk processar a OpenAI, acusando-a de abandonar sua missão original em favor do lucro.

Conselho da OpenAI rejeita oferta de compra de Elon Musk

Na sexta-feira, 14 de fevereiro, Bret Taylor, presidente da OpenAI, anunciou que o conselho da empresa rejeitou por unanimidade a proposta de Elon Musk para comprá-la por US$ 97,4 bilhões (aproximadamente R$ 554,3 bilhões).

Em comunicado no X, Taylor declarou: “A OpenAI não está à venda, e o conselho recusou unanimemente a tentativa do senhor Musk de desestabilizar sua concorrência”. Ele acrescentou que qualquer reestruturação futura reforçará a missão sem fins lucrativos da OpenAI de garantir que a inteligência artificial geral (AGI) beneficie toda a humanidade.

A OpenAI possui uma estrutura híbrida, unindo uma organização sem fins lucrativos e uma subsidiária lucrativa. Sam Altman, CEO, defende que a transição para um modelo com fins lucrativos é essencial para captar investimentos necessários ao avanço tecnológico.

Essa mudança acirrou o atrito com Musk, cofundador da OpenAI em 2015, que investiu US$ 45 milhões (R$ 256,1 milhões) antes de deixar a empresa em 2018. Musk afirmou que retiraria sua oferta se a empresa mantivesse o modelo sem fins lucrativos.

As divergências entre Musk e Altman se intensificaram após o lançamento do ChatGPT, que elevou a OpenAI ao centro da inovação em IA. Musk, que fundou a xAI em 2023 para concorrer com a OpenAI, acusa a transição lucrativa de desvirtuar a missão original da organização.

A mudança de modelo da OpenAI aguarda aprovação regulatória da Califórnia e Delaware. Enquanto isso, investidores pressionam por uma avaliação mais baixa para ampliar sua participação. A proposta de Musk, que avalia a OpenAI em US$ 97,4 bilhões (R$ 554,3 bilhões) — US$ 30 bilhões (R$ 170,7 bilhões) acima das negociações atuais —, parece ser uma estratégia para dificultar a captação de recursos.

Chris Lehane, diretor de temas globais da OpenAI, criticou a proposta, afirmando que ela vem de um concorrente que enfrenta dificuldades para acompanhar a evolução tecnológica.

Sobre a OpenAI

A OpenAI é uma organização de pesquisa em inteligência artificial (IA) fundada em dezembro de 2015 por Elon Musk, Sam Altman, Greg Brockman, Ilya Sutskever, John Schulman e Wojciech Zaremba. Inicialmente criada como uma entidade sem fins lucrativos, sua missão era desenvolver IA de maneira segura e benéfica para a humanidade, com foco na criação de tecnologias acessíveis e transparentes.

Ao longo dos anos, a OpenAI evoluiu para uma organização híbrida, com um braço sem fins lucrativos e um braço com fins lucrativos, visando atrair o capital necessário para impulsionar inovações na área de IA.

A OpenAI é conhecida por desenvolver alguns dos modelos mais avançados de IA, incluindo o GPT (Generative Pre-trained Transformer, um modelo de linguagem que utiliza aprendizado profundo para gerar texto de forma autônoma, baseado em grandes volumes de dados e treinamento prévio). A empresa também é famosa por suas contribuições para a área de aprendizado de máquina, modelagem de linguagem natural e IA generativa.

Com a missão de garantir que a IA seja utilizada para o bem coletivo, a OpenAI continua sendo uma das líderes no setor de inteligência artificial, atraindo tanto admiração quanto controvérsias, especialmente em relação à sua transição para um modelo com fins lucrativos.

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