O setor de turismo no Brasil obteve um faturamento de R$ 95,3 bilhões no primeiro semestre de 2024, de acordo com dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Esse montante representa o melhor desempenho para o período desde 2019, quando a pandemia da Covid-19 impactou drasticamente a economia global, em especial o setor de turismo.
O resultado alcançado neste semestre reflete uma recuperação gradual do setor, que vinha enfrentando desafios significativos devido às restrições de viagens e às preocupações de saúde pública nos últimos anos. Comparado ao mesmo período de 2023, o crescimento do setor foi de 1,9%, indicando uma tendência positiva que deve se estender para o restante do ano.
Setores em destaque: locação de transporte e hospedagem
A recuperação do turismo no Brasil foi puxada por alguns segmentos específicos que se destacaram no primeiro semestre de 2024. O segmento de locação de meios de transporte foi o principal motor desse crescimento, registrando uma alta de 11%. Este setor inclui o aluguel de carros, que ganhou popularidade entre turistas buscando maior flexibilidade e segurança em suas viagens.
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O setor de hospedagem também teve um desempenho notável, com um avanço de 6,7% no período. O faturamento deste segmento atingiu R$ 11,4 bilhões, refletindo o aumento na ocupação hoteleira e a recuperação do turismo de negócios e de lazer. A retomada de eventos presenciais, conferências e feiras tem sido crucial para o aumento na demanda por hospedagem, especialmente em grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Outro segmento importante foi o de alimentação, que cresceu 6,5% e gerou R$ 14,6 bilhões em faturamento. Restaurantes, bares e serviços de catering beneficiaram-se da maior circulação de turistas e do retorno de eventos sociais, que haviam sido suspensos ou realizados de forma limitada durante a pandemia.
Desafios persistem: transporte rodoviário e serviços de turismo
Apesar dos resultados positivos em alguns segmentos, o setor de turismo ainda enfrenta desafios. O transporte rodoviário de passageiros, por exemplo, registrou uma queda de 9,1% no primeiro semestre de 2024. Este segmento, tradicionalmente forte em viagens intermunicipais e interestaduais, tem enfrentado concorrência crescente de outras formas de transporte, como o aéreo, que se recuperou mais rapidamente após a pandemia.
As agências de turismo e outros serviços relacionados também enfrentaram dificuldades, com uma redução de 1,4% no faturamento. A migração para plataformas digitais e o aumento da preferência por reservas diretas em hotéis e companhias aéreas têm pressionado este segmento, que precisa inovar para se adaptar às novas tendências de consumo.
Perspectivas para o futuro do turismo no Brasil
O desempenho do turismo no primeiro semestre de 2024 é um indicativo de que o setor está no caminho certo para a recuperação total, embora ainda enfrente obstáculos. A vacinação em massa, a melhora na confiança do consumidor e o aumento da renda disponível têm contribuído para a retomada do turismo, tanto doméstico quanto internacional.
As expectativas para o segundo semestre são otimistas, com a possibilidade de novos recordes de faturamento, especialmente com a alta temporada de verão e as festividades de final de ano. Além disso, a realização de grandes eventos esportivos e culturais, como o Carnaval e o Rock in Rio, deve atrair um grande número de turistas, impulsionando ainda mais o setor.
Entretanto, a sustentabilidade do crescimento do turismo no Brasil dependerá de diversos fatores, incluindo a estabilidade econômica, a manutenção da infraestrutura turística e a capacidade de inovar e atender às demandas dos novos perfis de turistas. A adaptação às tendências digitais, a personalização dos serviços e a promoção de destinos menos conhecidos são estratégias que podem ajudar o setor a consolidar sua recuperação e garantir um crescimento sustentável nos próximos anos.
Em suma, o turismo no Brasil, com um faturamento de R$ 95,3 bilhões no primeiro semestre de 2024, demonstra sinais claros de recuperação, marcando o melhor desempenho desde o início da pandemia. A continuidade desse crescimento, contudo, exigirá inovação, investimento e uma visão estratégica para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que o futuro do turismo reserva.
