A Black Friday 2024 deve movimentar cerca de R$ 5,22 bilhões no Brasil, segundo projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O montante representa um crescimento modesto de 0,4% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar do cenário econômico desafiador, o evento continua sendo uma das datas mais importantes para o varejo brasileiro.
Desafios macroeconômicos impactam consumo
A alta do dólar e os juros elevados estão entre os principais fatores que restringem o poder de compra dos consumidores este ano. O dólar, que começou o ano em R$ 4,89, chegou a R$ 5,81 recentemente, aumentando os custos de produtos importados. Além disso, os juros, atualmente em 11,25%, dificultam o acesso a crédito, especialmente para bens duráveis de maior valor agregado, como eletrônicos e móveis.
Segundo Fabio Bentes, economista da CNC, “a flexibilização recente da política monetária trouxe algum alívio, mas o crédito ainda é um fator restritivo, especialmente para bens de maior valor agregado”.
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Eletrônicos e móveis lideram as vendas
Os eletrônicos e móveis devem dominar as vendas nesta Black Friday, representando juntos 46% do total estimado. Os consumidores devem gastar cerca de R$ 1,23 bilhão em eletrônicos e R$ 1,18 bilhão em móveis. Outros segmentos importantes incluem vestuário, calçados e acessórios, com previsão de movimentação de R$ 1 bilhão, e hiper e supermercados, que devem faturar cerca de R$ 960 milhões.
Embora o cenário seja de cautela, a alta nas importações de bens duráveis e semiduráveis pode oferecer mais opções aos consumidores. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam um aumento de 22% nas importações entre agosto e outubro de 2024, totalizando US$ 205,49 milhões.
Descontos: os grandes atrativos da data
A CNC monitorou os preços de produtos populares nos últimos 40 dias e identificou tendências de desconto em 55% dos itens analisados. Ventiladores e tênis femininos apresentaram quedas de preços significativas, de até 15% e 13%, respectivamente, sendo os itens com maior potencial de desconto.
Por outro lado, produtos de alta demanda, como ar-condicionado e televisores, não mostraram variações relevantes, mantendo preços estáveis. Segundo Bentes, “os itens com maior potencial de desconto são aqueles que já apresentavam uma queda de preços consistente antes do evento”.
Produtos com preços estáveis ou em leve alta, como smartphones e eletrodomésticos específicos, devem ter descontos limitados. Ainda assim, o consumidor pode encontrar boas oportunidades se souber planejar suas compras e monitorar preços com antecedência.
Dicas para aproveitar melhor a Black Friday
Para os consumidores que pretendem fazer compras na Black Friday, algumas estratégias podem garantir maior economia:
- Pesquise antes de comprar: compare preços em diferentes lojas e acompanhe a variação de preços dos produtos desejados.
- Evite compras por impulso: defina um orçamento e priorize itens necessários ou planejados.
- Fique atento às políticas de troca e devolução: certifique-se de que a loja oferece garantia e suporte adequado.
- Prefira lojas confiáveis: compre em sites e lojas reconhecidos para evitar fraudes.
Varejo em busca de estabilidade
Apesar dos desafios econômicos, a Black Friday segue como um termômetro importante para o varejo. A estabilidade projetada para 2024 reflete o esforço das empresas em atrair consumidores em um cenário de restrições. O aumento na oferta de importados e a busca por preços competitivos indicam que o setor está se adaptando para manter o interesse do público.
Com a proximidade do Natal, o desempenho da Black Friday também pode impactar as expectativas do varejo para o final do ano. Enquanto o cenário econômico impõe cautela, os consumidores ainda veem a data como uma oportunidade para adquirir produtos com preços mais acessíveis.