De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), apesar do aumento de 37,4% nos preços nas prateleiras dos supermercados, o consumo de café cresceu 1,1% no ano passado (2024), no Brasil.
No ano de 2024, foram consumidas 21,9 milhões de sacas, enquanto o ano de 2023 teve 21,6 milhões sacas consumidas. Com isso, o Brasil aparece apenas atrás dos Estados Unidos ─ país consome, anualmente, 26 milhões de sacas.
Entretanto, no que se refere ao consumo per capita, houve uma redução de 2,2% ─ de 6,4 kg para 6,26 kg. Segundo presidente da ABIC, Pavel Cardoso, essa queda pode ser explicada em decorrência do crescimento da população brasileira.
Pavel Cardoso estima que haverá novos repasses de preços ao consumidor, nos próximos meses, uma vez que apenas no ano passado (2024), a matéria-prima subiu 116,7%.
Nos últimos quatro anos, as safras dos principais produtores de café do mundo foram afetadas por eventos climáticos, como as secas, as chuvas mais fortes e outras situações relacionadas. É importante pontuar que o preço do café é regulado nas Bolsas de Valores de Nova York e de Londres.
Crescimento do consumo de café no mundo
No que se refere ao consumo de café em todo o mundo, os números atingiram 170 milhões de sacas por ano, com um crescimento de 2% a cada 12 meses, números que representam um aumento de mais de 3 milhões de sacas por ano.
Em decorrência da alta demanda global, visto que cada dia mais, a população está consumindo mais café, os preços estão sendo pressionados.
Para Pavel Cardoso, “a expectativa é de aumentos entre 20% e 30% nos próximos dois meses. De maio a setembro, acontece a colheita e depois teremos uma visão mais clara do que será a safra de 2026, que tem expectativa de crescer. Se isso acontecer, só então haverá alívio de preços ao consumidor”.
Para a Abic novo aumento de preços causará impacto no bolso do brasileiro. Entretanto, não é possível estimar se com os novos aumentos, o consumo de café será diminuído.
Em 2024, brasileiros consumiram 40,4% da safra brasileira
No ano de 2024, o país consumiu 40,4% da safra brasileira, já em 2023, o percentual de consumo foi de 39,4%.
Em média, o brasileiro consome 1.430 xícaras de café por ano. Segundo dados da Abic, a região Sudeste corresponde a 41,7% do consumo, seguida pelo Nordeste, que consome 26,9%.
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Abic alerta também sobre ‘café fake’ ou ‘cafake’
Em nota, a Abic alerta aos consumidores sobre a venda de ‘café fake‘ ou ‘cafake’ ─ produtos que não estão registrados no Ministério da Agricultura ou na Anvisa ─ que podem confundir os consumidores, que acreditam que estão comprando o café tradicional, mas que na verdade estão adquirindo uma mistura de café com impurezas.
Com a valorização do preço da saca de café, cresce o surgimento de empresas clandestinas que oferecem, a baixo custo, misturas impróprias para o consumo humano, como se fosse café. Com a intenção de burlar a legislação e enganar o consumidor, algumas empresas têm tentado enquadrar a mistura intencional de impurezas no café em outras categorias de alimentos, mantendo-se a identidade visual parecida com o café verdadeiro. Trata-se do “Café Fake / CaFake”, ou seja, produto que parece café, mas não é. O denominado “pó para preparo de bebida tipo ou sabor café”, não é café e pode ludibriar o consumidor, afirmou a Abic em nota divulgada na sexta-feira, 31 de janeiro.
“Uma forma de não se deixar enganar e assegurar o consumo seguro do café de verdade é através da aquisição de cafés que tenham o selo de pureza e qualidade da ABIC”, alertou a instituição na nota.