Angola: liderança feminina e representatividade

Estar em Angola em uma data tão significativa para nós — o Dia Internacional da Mulher, 8 de março — é, para mim, mais uma maneira de colaborar para que mais mulheres tenham a possibilidade de participar ativamente das decisões na educação, nos negócios e na política.

Tive a oportunidade de ver de perto que Angola tem avançado significativamente na promoção da liderança feminina e na ampliação da representatividade dessas potências em diversas esferas.

Angola: liderança feminina e representatividade
Foto: Reprodução/Fusion/Platinaline

Mas, também vi que ainda há muito a ser feito e que as mulheres angolanas estão dispostas a alcançar melhores oportunidades e expansão financeira para todos. Há um esforço para aumentar a presença delas em cargos ministeriais, secretarias de Estado e cadeiras estratégicas, para que sua participação no crescimento econômico do país seja devidamente reconhecida e expandida.

A Constituição do país e várias iniciativas governamentais incentivam a igualdade de gênero, e isso reflete diretamente nos resultados atuais, com o crescente número de mulheres em posições de liderança no governo. Com isso, a visibilidade e a representatividade feminina ganham força e novas perspectivas. 

Empreendedorismo feminino resulta em e-commerce e fintechs

As mulheres angolanas estão cada vez mais ocupando espaços no mundo dos negócios, contribuindo para o crescimento econômico do país e fortalecendo suas comunidades. Muitas têm encontrado no empreendedorismo uma forma de alcançar independência financeira e impactar a sociedade. 

O governo e organizações privadas têm lançado programas para apoiar essas empreendedoras, oferecendo financiamento, treinamentos e mentorias. Mas, para que esse avanço seja contínuo e contemple toda a população, ainda há muitos entraves a serem vencidos. 

É preciso ampliar e facilitar financiamentos para que elas encontrem melhores condições para explorar novas oportunidades de crescimento social. O suporte financeiro e a capacitação para mulheres que desejam abrir e expandir seus negócios têm promovido uma ascensão de líderes femininas, e incentivar o empreendedorismo feminino é um dos grandes ganhos para o setor empresarial. 

Esse movimento já é visível, e o resultado é o aumento do número de mulheres, principalmente em startups. A participação do governo e de organizações privadas é essencial, nesse caso. Setores como comércio, tecnologia, moda, agronegócio e serviços fazem parte dessa inovação que está aquecendo o mercado angolano, e a sua continuidade depende da permanência de incentivos financeiros e políticas públicas.

Desafios

Muitas mulheres encontram barreiras culturais e estruturais a serem superadas, especialmente em áreas dominadas por homens. Combater a discriminação de gênero ainda é um desafio.

Assim como acontece no Brasil, empreendedoras angolanas encontram dificuldades para obter crédito e investimentos para expandir seus negócios. O processo de abertura e formalização de empresas pode ser complexo e demorado.

No entanto, de acordo com o Conselho Federal de Administração (CFA), em relatório publicado em dezembro de 2024, Brasil e Angola estão no topo da lista quando o assunto é empreendedorismo feminino. Entre 43 países, Angola lidera com 51,1% e o Brasil, com 49,8%. Esses dados nos mostram que existe um mercado e que ele precisa ser validado.

O acesso à educação de qualidade, programas de capacitação e políticas que incentivem a equidade salarial são fundamentais para garantir um crescimento sustentável da representatividade feminina no país. Mentorias e redes de apoio complementam o desenvolvimento estratégico, capacitando – às para empreenderem de maneira crescente e lucrativa. 

Inspirar novas gerações de líderes em Angola foi marcante para mim como profissional, mas, principalmente, como mulher. Precisamos continuamente fortalecer a presença feminina em todos os espaços, e esse trabalho, que diz tanto sobre nossas ancestrais, me enche de orgulho e esperança. Pois somos resultado da perseverança de mulheres que, para além dos seus interesses, impactaram toda uma sociedade — e isso se chama empreendedorismo feminino

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