Mercado de carbono: compensar ou reduzir o lucro é certo

O Protocolo de Quioto estabeleceu maneiras de preservar o meio ambiente ao reunir 55% dos países mais desenvolvidos e, consequentemente, os mais poluentes, em um tratado histórico que entrou em vigor em 2005, com a finalidade de impulsionar o progresso sustentável.

Mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) é o pilar deste acordo, que tem como objetivo central mobilizar potências para preservação do meio ambiente.

Já estamos em 2024 e seguimos atentos aos avanços dos efeitos do aquecimento global e das soluções necessárias para amenizar os danos ambientais e, assim, também preservar os direitos humanos, como estabelecido em evento pré-COP29, realizado na capital do Azerbaijão.

O tema sobre mercado de carbono segue como pauta principal, e a Organização das Nações Unidas (ONU) sinalizou diretrizes que serão validadas na COP29, em novembro, em Baku. Especialistas e negociadores chegaram a um acordo para definir na 29ª Conferência do Clima um projeto de carbono que equilibre as necessidades de atingir a meta de Paris e apoiar os participantes do mercado, como ressalta Maria AlJishi, presidente do órgão de supervisão do Artigo 6.4, em texto publicado no portal da ONU.

Economia verde

No Brasil, o Mercado de Ativos Ambientais, considerados investimentos para promover a sustentabilidade, tem ganhado força com as discussões sobre a regulamentação do Mercado de Carbono e as possibilidades de negócios e rentabilidade. Cada tonelada de CO₂ representa um crédito de carbono e a chance de contribuir para a preservação do meio ambiente.

Compensar os impactos nocivos gerados nas produções e gerar lucros para as empresas engajadas na diminuição de gases poluentes é um negócio inovador e de grandes perspectivas para as organizações que precisam reformular seus processos e manter os negócios com responsabilidade social e ambiental.

A comercialização de CO₂ como forma de estabelecer métodos de sustentabilidade para as organizações com maior dificuldade em reduzir as emissões irá gerar possibilidade de lucros para aquelas que já estão produzindo com baixo impacto para o meio ambiente.

Representação do carbono com uma folha em meio à floresta, simbolizando sustentabilidade e preservação ambiental
Créditos de carbono ajudam a reduzir emissões de CO₂ e impulsionam a economia verde, promovendo a preservação ambiental | Foto: Reprodução/Freepik

Conforme publicação no portal SEBRAE de 2023, a estimativa é que os créditos de carbono gerem, até 2030, US$ 100 bilhões ao Brasil, e que até 2050 a movimentação ultrapasse US$ 300 bilhões.

Os dados são de um estudo realizado pela Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil). A projeção é que, até 2025, o mercado de créditos de carbono seja regulamentado no Brasil e, com isso, o avanço da economia e as metas para diminuir o impacto do aquecimento global caminhem conforme o esperado por especialistas.

As possibilidades são muitas, desde investimentos em empresas com práticas Ambiental, Social e de Governança (ASG) até o estabelecimento de metas possíveis, como, por exemplo, o mercado de carbono voluntário, onde as empresas negociam entre si — até que o Projeto de Lei nº 11.075, que já tramita no Congresso Nacional desde maio de 2022 para regulamentar a comercialização, se estabeleça.

Todo e qualquer movimento para que possamos juntos preservar o meio em que vivemos deve ser praticado. Quando essa ação possibilita o crescimento da economia mundial, ninguém deve ficar de fora.

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