A melhoria da infraestrutura rodoviária é uma das prioridades anunciadas pelo governo federal em 2025. Segundo o Ministro dos Transportes, Renan Filho, a meta é elevar para 70% o percentual de rodovias classificadas como “boas” ou “ótimas” ainda este ano. A projeção reflete um avanço em relação ao cenário atual, em que 57% das estradas atendem a esse critério, de acordo com dados divulgados no programa Bom Dia, Ministro, da TV Brasil.
Renan Filho destacou ainda que o governo conseguiu reduzir significativamente o número de rodovias em estado “ruim” ou “péssimo”. “Derrubamos esse índice de 32% no governo anterior para 16% e temos como meta chegar a apenas 5% até o fim de 2025”, afirmou.
Para alcançar esses resultados, o Ministério dos Transportes tem reforçado os investimentos em infraestrutura e manutenção, um desafio em um país de dimensões continentais como o Brasil.
Situação atual das rodovias brasileiras
A pesquisa CNT Rodovias, realizada pela Confederação Nacional do Transporte, traça um panorama da qualidade das estradas no país. Atualmente, 33% das rodovias são consideradas “ótimas” ou “boas”, enquanto 40,4% estão em estado “regular”. Por outro lado, 26,6% das vias apresentam condições classificadas como “ruim” ou “péssima”.
Os dados também revelam disparidades entre rodovias concedidas à iniciativa privada e aquelas sob gestão pública. Entre as rodovias concedidas, 63,1% são avaliadas como “ótimas” ou “boas”, contra apenas 22,7% das públicas. Essa diferença pode ser explicada pelos recursos investidos em manutenção pelas concessionárias, que atuam diretamente na melhoria da infraestrutura.
Classificação geral das rodovias no Brasil:
- Ótimo: 7,5%
- Bom: 25,5%
- Regular: 40,4%
- Ruim: 20,8%
- Péssimo: 5,8%
Rodovias públicas x rodovias concedidas
O contraste entre rodovias públicas e concedidas reforça a importância de um modelo eficiente de gestão. Entre as rodovias públicas, apenas 2,7% foram classificadas como “ótimas”, e 20% como “boas”. Em contrapartida, as rodovias concedidas apresentam 21,4% em estado “ótimo” e 41,7% “bom”.
Outro dado que chama atenção é a presença das dez melhores rodovias do país em São Paulo e no Rio de Janeiro, todas sob concessão. Já as dez piores são de responsabilidade pública, o que evidencia os desafios enfrentados pelo governo na manutenção de vias em regiões com menor investimento.
Rodovias públicas:
- Ótimas: 2,7%
- Boas: 20%
- Regulares: 43,7%
- Ruins: 25,9%
- Péssimas: 7,7%
Rodovias concedidas:
- Ótimas: 21,4%
- Boas: 41,7%
- Regulares: 30,8%
- Ruins: 5,7%
- Péssimas: 0,4%
Investimentos como motor de melhorias
O aumento do percentual de rodovias consideradas “boas” ou “ótimas” está diretamente ligado ao volume de investimentos feitos no setor. Segundo Renan Filho, o governo elevou os aportes em infraestrutura rodoviária, o que já trouxe avanços desde o início do mandato.
O ministro também ressaltou que a manutenção e a modernização das estradas são essenciais para garantir não apenas a segurança dos motoristas, mas também a competitividade econômica do país. “Rodovias de qualidade reduzem os custos logísticos e contribuem para o crescimento econômico”, afirmou.
O impacto das rodovias na economia
A qualidade das rodovias tem reflexos diretos na economia, especialmente no transporte de cargas e mercadorias. Estradas em más condições elevam os custos de manutenção de veículos, aumentam o tempo de transporte e reduzem a eficiência logística.
Além disso, rodovias bem conservadas também têm impacto social, melhorando a segurança no trânsito e reduzindo o número de acidentes. A redução de rodovias em estado crítico pode representar uma economia significativa para o setor público, com menores gastos em saúde e reparos emergenciais.
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Desafios para 2025
Apesar dos avanços, o governo ainda enfrenta desafios para alcançar a meta de 70% de rodovias em boas condições até o final do ano. A extensão da malha rodoviária brasileira, aliada à diversidade geográfica e climática, torna o processo de manutenção mais complexo.
Além disso, o modelo de concessões, que tem mostrado bons resultados em alguns estados, pode não ser viável para todas as regiões, especialmente aquelas com menor densidade de tráfego. Para especialistas, é essencial que o governo invista em estudos regionais para identificar as melhores soluções para cada caso.
A meta de elevar a qualidade das rodovias brasileiras para 70% em 2025 é ambiciosa, mas possível, considerando os avanços já obtidos. O aumento dos investimentos e o foco na manutenção são passos fundamentais para melhorar a infraestrutura do país.
A iniciativa não só traz benefícios para os motoristas, mas também impacta positivamente a economia e a segurança. O grande desafio será manter o ritmo de melhorias e garantir que todas as regiões do país sejam atendidas de forma eficaz.