WeWork enfrenta nova ação de despejo em SP por inadimplência

A crise financeira da WeWork continua a se agravar no Brasil, com a empresa enfrentando mais uma ação de despejo, desta vez no renomado endereço da Faria Lima, em São Paulo. A HBR Realty, gestora de ativos imobiliários da incorporadora Helbor, protocolou o pedido de despejo nesta terça-feira, 3 de setembro, citando inadimplência como o principal motivo.

O imóvel em questão é o HBR Corporate Faria Lima, localizado em uma das áreas mais valorizadas da capital paulista. Segundo a HBR Realty, diversas notificações foram enviadas à WeWork solicitando o pagamento dos aluguéis em atraso, mas sem sucesso. A empresa, já envolvida em múltiplas disputas judiciais por inadimplência, agora enfrenta a possibilidade de desocupação forçada deste espaço estratégico.

Leia também: Estúdio Fly: academia voltada ao público 50+ foca no bem-estar e mira expansão por franquias

Contexto da crise da WeWork no Brasil

WeWork enfrenta problemas financeiros e pode ser despejado de prédio na Faria Lima. Foto: reprodução/divulgação
WeWork enfrenta problemas financeiros e pode ser despejado de prédio na Faria Lima. Foto: reprodução/divulgação

A situação da WeWork em São Paulo é sintomática de um problema maior. A empresa, que já foi um dos maiores nomes no mercado de coworking global, vem enfrentando dificuldades financeiras significativas nos últimos anos. Apenas na cidade de São Paulo, a WeWork está envolvida em pelo menos cinco outras ações de despejo, todas em primeira instância no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Além da HBR Realty, a WeWork deve aluguéis para outros fundos de investimentos imobiliários, totalizando inadimplência com pelo menos seis dessas entidades. Recentemente, a empresa também foi alvo de uma ordem de despejo do icônico edifício Grande Ufficiale Evaristo Comolatti, localizado na Avenida Paulista, onde acumulou uma dívida de R$ 4 milhões.

Impactos no mercado imobiliário e resposta da WeWork

A retirada da WeWork de imóveis na capital paulista pode ter um impacto considerável no mercado de escritórios. Um estudo da plataforma Market Analytics, da SiiLA, indica que, caso a WeWork devolvesse todos os seus imóveis na cidade, a taxa de vacância dos escritórios poderia aumentar em 1,45 ponto percentual, elevando a vacância geral para 23,39%.

Apesar das dificuldades e das ações de despejo, a WeWork mantém sua posição oficial de que desconhece qualquer notificação de despejo no Brasil. Em comunicado, a empresa afirmou que continua a operar plenamente em todos os prédios do país e que suas ações recentes têm como objetivo acelerar negociações que beneficiem todas as partes envolvidas.

“Nossas ações temporárias têm o objetivo de acelerar as conversas para chegar a resoluções que sejam do melhor interesse de todo o nosso ecossistema, mutuamente benéficas e que estejam mais bem alinhadas com as condições atuais do mercado. Nossos membros continuam sendo nossa principal prioridade e a negociação em andamento não altera nosso compromisso de prestar o excelente serviço que eles esperam”, declarou a WeWork.

Futuro incerto

A situação da WeWork no Brasil segue delicada, com o futuro da empresa sendo constantemente questionado devido à sua incapacidade de cumprir com os compromissos financeiros. A sequência de ações de despejo reflete um cenário desafiador para a companhia, que já foi uma gigante no setor de coworking, mas agora luta para manter sua operação em um mercado cada vez mais competitivo e pressionado por condições econômicas adversas.

A continuidade das operações da WeWork no Brasil e a resolução dessas disputas judiciais serão cruciais para determinar o futuro da empresa em um dos maiores mercados da América Latina. Enquanto isso, investidores, locatários e usuários dos espaços de coworking da empresa aguardam desfechos que possam trazer mais estabilidade a esse ambiente turbulento.

Atualize-se.
Receba Nossa Newsletter Semanal

Sugestões para você