Após o Google, a Apple também renomeou o Golfo do México para “Golfo da América” no Apple Maps para usuários norte-americanos. A mudança ocorre após um decreto assinado pelo presidente Donald Trump em janeiro de 2025. A decisão não afeta usuários fora dos EUA, que continuarão a ver o nome original.
A alteração, que também foi adotada pelo Bing Maps, gerou críticas e debates. A presidente do México, Cláudia Sheinbaum, afirmou que enviaria uma carta ao Google se opondo à mudança, alegando que a denominação de uma área geográfica não cabe a um país, mas sim a organizações internacionais.
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O que é o Golfo do México?
O Golfo do México é uma vasta extensão marítima localizada entre os Estados Unidos, o México e Cuba. Com uma área de aproximadamente 1,55 milhão de km², ele é um dos maiores golfos do mundo e possui grande relevância econômica e ambiental.
A região é rica em petróleo e gás natural, sendo um dos principais polos de exploração de hidrocarbonetos. Além disso, suas águas desempenham um papel fundamental na navegação comercial e na biodiversidade marinha, sendo lar de diversas espécies de peixes e corais.
A importância estratégica do golfo vai além dos recursos naturais. Ele também serve como uma importante rota comercial, conectando o sul dos Estados Unidos ao resto da América Latina e à Europa. Por isso, qualquer alteração na forma como ele é identificado pode ter implicações políticas e econômicas significativas.
Impacto e repercussão da mudança
Empresas como Google e Apple justificam a decisão como uma adaptação às novas diretrizes políticas dos EUA. O Google declarou que usuários norte-americanos verão o nome “Golfo da América”, enquanto aqueles no México visualizarão “Golfo do México“. Para usuários de outros países, ambas as denominações serão exibidas.
A decisão reflete uma crescente influência da política sobre serviços digitais e tecnológicos, evidenciando como decisões governamentais podem moldar o modo como informações geográficas são apresentadas globalmente.
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O peso da política na tecnologia
Com o avanço das plataformas digitais e sua abrangência global, empresas de tecnologia têm sido pressionadas a se adequar a diferentes legislações e decretos políticos. A renomeação do Golfo do México é um exemplo de como a geopolítica influência os serviços online e a percepção do espaço geográfico.
Para analistas, essa mudança pode impactar relações diplomáticas e até mesmo a forma como a população enxerga divisões territoriais, criando precedentes para futuras intervenções em nomenclaturas geográficas.
Além disso, o México e outros países latino-americanos veem a mudança como uma tentativa de reescrever a história e reforçar uma narrativa de domínio norte-americano sobre a região. Essa questão pode gerar atritos diplomáticos e impactar negociações comerciais entre os países envolvidos.
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A renomeação do Golfo do México para “Golfo da América” no Apple Maps e Google Maps reforça o papel da tecnologia na difusão de narrativas políticas e históricas. A reação de países afetados, como o México, indica que a questão pode se desdobrar em debates internacionais sobre o controle da informação geográfica e sua governança. Com a crescente digitalização da informação, torna-se cada vez mais evidente o impacto da tecnologia na geopolítica global.