Conheça o novo perfil do consumidor em 2025

A pesquisa Bain Consumer Pulse, realizada pela Bain & Company, revelou que 2025 é o ano do “consumidor equilibrista”. Esse perfil reflete um público que precisa equilibrar desejos e necessidades em meio a um cenário econômico instável.

Após o “consumidor consciente” que marcou 2024, este novo comportamento reflete a adaptação a desafios como inflação, instabilidade política e transformação digital.

Enquanto consumidores de baixa renda buscam preços mais acessíveis, a alta renda ainda mantém gastos em lazer e bem-estar | Foto: Reprodução/Canva
Enquanto consumidores de baixa renda buscam preços mais acessíveis, a alta renda ainda mantém gastos em lazer e bem-estar | Foto: Reprodução/Canva

Com base na opinião de 7.500 entrevistados na América Latina, o estudo destaca que 49% dos brasileiros acreditam que o país estará melhor em cinco anos. No entanto, o humor da população oscila entre felicidade e ansiedade, principalmente entre a geração Z e a população de baixa renda.

Principais preocupações e mudanças no consumo

A pesquisa revelou que as principais preocupações do consumidor brasileiro em 2025 são:

  • Finanças (49%)
  • Saúde física (36%)
  • Estresse (27%)
  • Política e instabilidade (25%)

O impacto dessas preocupações já se reflete nos hábitos de consumo. A percepção sobre a alta dos preços aumentou: 90% dos consumidores acreditam que produtos e serviços ficaram mais caros nos últimos três meses, contra 81% em 2024. Os itens que mais sofreram aumento, segundo os entrevistados, são:

  • Alimentos (70%)
  • Contas de energia (47%)
  • Cuidados pessoais (45%)

Para driblar essa alta de preços, 83% dos brasileiros adotaram estratégias para reduzir gastos, optando por compras em menor quantidade, trocas por marcas mais baratas e cortes em categorias como delivery, vestuário e alimentos. O comércio online e o atacado se tornaram opções mais frequentes devido aos preços competitivos e ofertas de desconto.

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Saúde e bem-estar também influenciam o gosto do consumidor

A saúde física e mental são fatores decisivos para o consumidor equilibrista. O estudo aponta um aumento no uso de medicamentos reguladores de apetite, como o Ozempic. Entre os consumidores que utilizaram esses medicamentos, mesmo após interromperem o uso, mantiveram hábitos como:

  • Comer menos por refeição (43%)
  • Manter uma dieta saudável (45%)
  • Praticar exercícios físicos com mais frequência (30%)

Além disso, o impacto do bem-estar financeiro é perceptível. Enquanto consumidores de alta renda conseguem manter gastos com entretenimento (26%), apenas 16% da população de baixa renda consegue fazer o mesmo.

Esse fator também reflete no ambiente de trabalho: o nível de satisfação com os empregadores é de 61% entre a alta renda, contra apenas 16% entre os trabalhadores de baixa renda.

Sustentabilidade e consumo consciente

A pesquisa também revelou um crescimento no interesse por práticas sustentáveis. Cerca de 57% dos brasileiros afirmam ter deixado de comprar marcas que não se alinham aos seus valores, com um índice ainda maior entre a geração Z (64%). Além disso, 62% dos entrevistados pretendem gastar mais com produtos sustentáveis nos próximos três anos.

Esses dados indicam que empresas que apostam em sustentabilidade e valores sociais têm mais chances de conquistar o consumidor equilibrista.

O impacto do mercado de apostas

Outro ponto relevante da pesquisa foi o impacto do mercado de apostas no Brasil. Segundo o levantamento:

  • 26% dos apostadores economizam dinheiro para apostar
  • 24% gastam menos em bens e serviços não essenciais
  • 16% reduziram o consumo de bens e serviços essenciais
  • 16% se endividaram ou pediram dinheiro emprestado para continuar apostando

Esses dados levantam alertas sobre o impacto financeiro das apostas na vida dos brasileiros e como esse comportamento influencia o consumo de outros setores.

Oportunidades para as empresas

O estudo da Bain & Company reforça que o consumidor equilibrista não segue um único padrão. Existem oportunidades distintas para as empresas que desejam se adaptar a essa nova realidade.

Enquanto consumidores de baixa renda buscam preços mais acessíveis, a alta renda ainda mantém gastos em lazer e bem-estar. Além disso, a valorização da sustentabilidade e das marcas alinhadas com propósitos sociais abre espaço para negócios que se conectam com esses valores.

Com um cenário econômico desafiador, empresas que oferecem produtos e serviços que equilibram preço, qualidade e propósito têm mais chances de conquistar a confiança do consumidor em 2025.

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