Aos 94 anos, Warren Buffett, um dos investidores mais respeitados do mundo e presidente da Berkshire Hathaway, anunciou novos ajustes no plano para doar 99,5% de sua fortuna bilionária após sua morte. O patrimônio, avaliado em aproximadamente US$ 149,7 bilhões pela Forbes, será destinado majoritariamente a causas filantrópicas supervisionadas por seus filhos Susie, Howard e Peter Buffett.
Um legado para a filantropia
Warren Buffett, que já lidera o ranking das maiores doações individuais da história, reforçou seu compromisso em carta divulgada aos acionistas da Berkshire Hathaway nesta segunda-feira (25). Ele deixou claro que não deseja construir uma dinastia familiar baseada em sua fortuna, mas sim promover mudanças significativas por meio de ações beneficentes.
O bilionário designou três potenciais sucessores para garantir que sua missão filantrópica continue, caso seus filhos não possam assumir a responsabilidade. “Eu nunca quis criar uma dinastia”, escreveu Buffett. “Espero que Susie, Howie e Peter desembolsem todos os meus ativos.”
Além disso, Buffett já distribuiu mais de US$ 58 bilhões desde 2006, com US$ 43 bilhões destinados à Fundação Bill & Melinda Gates. As fundações familiares também têm sido beneficiadas regularmente, e em 2024 receberão cerca de US$ 1,14 bilhão em ações da Berkshire Hathaway.
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Entenda como será feita a doação após sua morte
Buffett estabeleceu que seus filhos terão cerca de dez anos para decidir, de forma unânime, quais causas receberão o restante da fortuna. A decisão de dividir a responsabilidade entre eles visa garantir que o processo seja justo e alinhado aos valores familiares.
Este modelo de administração compartilhada é um reflexo da filosofia do investidor: unir eficiência e impacto. A tarefa de escolher os projetos filantrópicos, no entanto, não será simples, dado o tamanho da doação e a complexidade das decisões necessárias para alocar os recursos de forma eficaz.
Doações em vida: parte essencial do plano
Apesar do planejamento detalhado para o futuro, Buffett continua sua tradição de doar em vida. Até o momento, ele já transferiu 56,6% de suas ações da Berkshire para instituições beneficentes, mantendo apenas 14,4% do controle da empresa.
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Esse compromisso reflete a filosofia de Buffett, que defende que grandes fortunas devem beneficiar a sociedade em vez de perpetuar desigualdades. Ele também é um dos fundadores do The Giving Pledge, movimento que incentiva bilionários a doarem a maior parte de seus patrimônios para causas sociais.
A importância do exemplo de Warren Buffett
O anúncio de Warren Buffett não é apenas um marco na filantropia global, mas também um lembrete de como o planejamento financeiro pode ir além da construção de riqueza pessoal. Sua postura inspira outros grandes empresários a considerarem o impacto social de seus patrimônios, incentivando uma abordagem mais consciente sobre o uso de recursos financeiros.
Ao garantir que sua fortuna será utilizada para beneficiar a humanidade, Buffett deixa um legado que transcende o mundo dos negócios. Seu modelo de doação, tanto em vida quanto após sua morte, serve como um exemplo poderoso de responsabilidade social, provando que a verdadeira riqueza está em fazer a diferença.
A história de Warren Buffett é uma aula sobre como planejamento financeiro e filantropia podem caminhar juntos. Para aqueles que admiram o investidor, seu compromisso com a doação de sua fortuna é um lembrete de que o impacto social pode ser tão valioso quanto o sucesso nos negócios.
Buffett não apenas acumulou riqueza; ele está redefinindo o que significa ser um bilionário no século XXI.