Pedidos de auxílio-desemprego caem mais que o esperado nos EUA

Na última semana, encerrada em 14 de dezembro, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos registraram uma queda expressiva de 22 mil, totalizando 220 mil solicitações com ajuste sazonal. O número ficou abaixo da expectativa dos economistas, que projetavam 230 mil pedidos, segundo informações divulgadas pelo Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (19).

Esse resultado surpreendeu o mercado e reforça a leitura de que o mercado de trabalho norte-americano está desacelerando, mas de forma controlada, mantendo sua resiliência. Apesar das oscilações recentes, que dificultam uma análise mais ampla, os dados são positivos em um cenário de ajustes econômicos globais.

O que são pedidos de auxílio-desemprego?

O Brasil divulga nesta sexta-feira o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, com dados sobre o desempenho fiscal do governo | Foto: Reprodução/Canva auxilio-desemprego
Para o trabalhador americano, os números mais baixos de pedidos de auxílio-desemprego podem ser um alívio, indicando maior segurança no emprego | Foto: Reprodução/Canva

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego medem o número de pessoas que solicitaram pela primeira vez o benefício de desemprego durante uma semana. Esses números são acompanhados de perto por economistas e investidores porque fornecem uma visão sobre a saúde do mercado de trabalho.

Quando os pedidos caem, como ocorreu na última semana, isso indica que menos pessoas estão perdendo seus empregos, o que é um sinal positivo para a economia. Por outro lado, se os números sobem, pode ser um reflexo de desaceleração econômica ou de condições mais frágeis no mercado de trabalho.

O impacto na política monetária dos EUA

Os dados sobre o mercado de trabalho são cruciais para as decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Após um ciclo de aumento de juros que começou em 2022, o Fed iniciou cortes na taxa de juros neste ano, com o objetivo de estimular a economia em um momento de inflação controlada.

O corte mais recente, de 25 pontos-base, reduziu a taxa para a faixa de 4,25% a 4,50%. Embora o Fed tenha inicialmente previsto quatro cortes de juros para 2025, as expectativas foram reduzidas para dois cortes, refletindo a resiliência da economia e a necessidade de manter uma postura cautelosa diante da inflação ainda elevada.

Jerome Powell, chair do Fed, comentou recentemente que os riscos negativos no mercado de trabalho parecem ter diminuído, o que reforça a visão de que a desaceleração do emprego está acontecendo de maneira ordenada.

Por que o mercado de trabalho está desacelerando?

O mercado de trabalho norte-americano passou por mudanças significativas nos últimos anos, especialmente em função da pandemia de Covid-19. Durante esse período, houve uma demanda aquecida por mão de obra, com taxas de desemprego em níveis historicamente baixos.

Atualmente, indicadores como os pedidos de auxílio-desemprego e a taxa de desemprego, que subiu de 3,7% no início do ano para 4,3% em julho, apontam para um cenário de desaceleração. No entanto, essa desaceleração ocorre de forma controlada, sem grandes rupturas.

Outros fatores, como políticas fiscais e monetárias, também influenciam o cenário. As taxas de juros elevadas, que chegaram a um aumento acumulado de 5,25 pontos percentuais entre março de 2022 e julho de 2023, desempenharam um papel importante no controle da inflação, mas também afetaram a expansão do mercado de trabalho.

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Incertezas políticas e econômicas

Além das condições internas do mercado de trabalho, o cenário global e as políticas do governo têm influenciado as expectativas econômicas. A administração do presidente eleito Donald Trump traz incertezas relacionadas a tarifas de importação, cortes de impostos e outras medidas que podem impactar diretamente a economia norte-americana.

Economistas alertam que algumas dessas políticas podem ser inflacionárias, o que exigiria maior atenção do Fed para equilibrar suas ações. Ao mesmo tempo, o mercado está atento à capacidade do novo governo de implementar políticas que incentivem o crescimento econômico sustentável.

O que os dados indicam para o futuro?

Embora a queda nos pedidos de auxílio-desemprego seja uma boa notícia, o mercado de trabalho ainda enfrenta desafios. A resiliência observada atualmente pode ser temporária, dependendo de como a economia norte-americana responderá a fatores como políticas fiscais, ajustes na taxa de juros e dinâmica global.

Especialistas acreditam que a redução gradual nas taxas de juros ajudará a estimular a economia, mas alertam que medidas estruturais serão necessárias para garantir uma recuperação consistente.

Como isso afeta o cidadão comum?

Para o trabalhador americano, os números mais baixos de pedidos de auxílio-desemprego podem ser um alívio, indicando maior segurança no emprego. No entanto, taxas de juros ainda elevadas e incertezas econômicas podem continuar impactando o custo de vida e o acesso a crédito.

Para o restante do mundo, os dados sobre o mercado de trabalho dos EUA são importantes porque refletem a saúde da maior economia global, com implicações para mercados emergentes e parceiros comerciais.

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